Não é novidade que o varejo está cada vez mais atento à comunicação inclusiva e às ações de diversidade. Mas, para além de lançar uma propaganda de TV ou usar uma foto com pessoas diversas no folder de ofertas, as marcas estão preocupadas em fazer ações que geram impacto verdadeiro, saindo da lógica da diversidade usada apenas como marketing.
Preocupação essa que tem ganhado budget em mais organizações. O relatório “Panorama das Estratégias de Diversidade no Brasil 2022 e tendências para 2023”, realizado pela Blend Edu, mostra que houve um aumento percentual de empresas que afirmam possuir uma área dedicada para a diversidade: enquanto em 2020 eram 64%, em 2022 foram 71%. Além disso, houve aumento no número de organizações que afirmam ter um orçamento dedicado para o tema, passando de 67% em 2020 para 81% em 2022.
Há vários cases de marcas no varejo que investem internamente nessa temática, desenvolvendo processos seletivos mais inclusivos e outras ações para garantir a diversidade no próprio time. Mas, e as ações “da porta para fora”? Como o varejo pode gerar impacto positivo, promovendo diversidade e inclusão na sociedade?
Conheça 5 exemplos em que isso aconteceu com ações e campanhas incríveis:
1- Boulevard Shopping inclui pessoas autistas
Localizado em Belo Horizonte, o Boulevard Shopping anunciou uma série de ações voltadas para pessoas com espectro autista. Algumas delas são vagas no estacionamento reservadas para pessoas com autismo e empréstimo de protetores auriculares para quem tem hipersensibilidade auditiva, como é o caso de pessoas com esse transtorno.
Além disso, o shopping criou uma sessão de cinema especial para crianças com distúrbios sensoriais e suas famílias. A sala é adaptada com luzes parcialmente acesas, som mais baixo e a circulação livre. A sessão também conta com a presença de voluntários treinados para dar todo o suporte às famílias.
2 – Boticário cria banco de imagens de mulheres diversas
A diversidade de corpos femininos foi o foco dessa ação do Grupo Boticário em parceria com a consultoria 65|10. Juntas, as organizações criaram um banco de imagens públicas de mulheres (in)visíveis.
São fotos de mulheres de diferentes idades, raças, etnias e com corpos diversos, longe dos estereótipos presentes nos comerciais por tantas décadas. As imagens são de domínio público para que outras marcas as utilizem, reforçando a ideia das mulheres diversas em diferentes campanhas publicitárias.
3 – Pantys e Amaro criam calcinhas nos diferentes tons de pele
Em 2021 a Pantys e Amaro se uniram para criar a Naked, uma linha de calcinhas absorventes. Mas, as marcas não se contentaram em fazer apenas calcinhas para o período menstrual.
Elas queriam que fosse um produto inclusivo em um detalhe: a cor. Para isso, elas criaram 4 versões diferentes da calcinha com cores que se aproximam dos diferentes tons de pele, celebrando a diversidade.
4 – Renner criou lingerie funcional
Em 2020, a Renner anunciou uma linha de lingerie fashion e funcional desenhada para pessoas com mobilidade reduzida. A linha foi criada de forma colaborativa com clientes da marca e o objetivo foi desenvolver peças que, além de bonitas, facilitavam a rotina das pessoas com alguma limitação física.
A coleção contou com dois modelos de sutiãs e calcinhas com etiquetas facilmente removíveis e estrutura funcional. O sutiã, por exemplo, tinha botões frontais que simplificar sua abertura e fechamento. Já a calcinha foi desenhada com uma abertura lateral para facilitar na hora de vestir, sem que a pessoa precisasse se curvar ou levantar a perna.
5 – C&A lança publicação sobre moda e diversidade
A varejista de moda uniu impacto social e fomento da diversidade em um mesmo produto, lançado em parceria com a MOL Impacto: o livro “Por uma vida mais colorida”.
Trata-se de um produto social, cujas vendas serão revertidas para apoiar famílias em situação de vulnerabilidade social após desastres e situações de calamidade pública.
A publicação tem 30 cartões destacáveis com mensagens positivas sobre autoestima e diversidade para quem ama moda. As ilustrações e frases de cada um dos cartões representam grupos minorizados no Brasil, como mulheres, indígenas, negros, migrantes, pessoas LGBTQIAP+ e periféricas.
