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“Consumidor conector” preocupado com propósito é tendência em 2024, afirma Sebrae

30/11/2023

Eles estão bastante preocupados com propósito e são capazes de demonstrar grande lealdade se acreditarem nos valores da marca. São socialmente conscientes e estão mais interessados nos acessos e usos do que na cultura da propriedade. Eles querem uma relação transparente, de ganha-ganha e que respeite escolhas e valores.

Esses são os consumidores conectores, um dos perfis de clientes mapeados pelo Boletim de Tendências de Comportamento de Consumo 2024 do Sebrae. Segundo o documento, enquanto outros perfis estão mais preocupados com conveniência e fácil acesso (como os reguladores mapeados nesse mesmo boletim), os conectores se contrapõem à cultura da pressa para identificar o que realmente importa. 

Para construir uma boa relação com o consumidor conector, o Sebrae sugere que os negócios estejam atentos às iniciativas que incluam o cliente nas tomadas de decisões, valorizando a cocriação e as comunidades. Isso comunicará transparência e fará com o que o consumidor se sinta parte da construção de algo de valor. 

Um exemplo de empresa que faz isso é a Pantys, marca de roupa íntima. De acordo com uma das fundadoras da Pantys, Emily Ewell, a empresa tem a cultura de co-criação de seus produtos. Isso significa que, antes de começar uma nova produção, a marca ouve a comunidade e é desse processo que surgem as inovações contextualizadas às necessidades reais das diferentes pessoas.

Foi assim, por exemplo, que surgiram as linhas de cuecas e moda praia para homens trans que menstruam. De acordo com Emily, essa foi uma demanda que chegou da sociedade e desse público que tinha dificuldade de encontrar soluções confortáveis e mais adequadas para o período menstrual.

Re-commerce

Outra tendência que pode cativar esse consumidor é o re-commerce, que é a venda online de produtos usados. Segundo o boletim do Sebrae, o desejo de reciclar, doar, revender, trocar ou alugar peças usadas tem sido frequente entre os consumidores interessados na prática sustentável. E estratégias que integram upcycling ao re-commerce serão propulsoras de fidelização em 2024.

O varejo de moda tem embarcado nessa ideia. A Farm, por exemplo, tem uma parceria com o re-commerce Enjoei para recolher peças de coleções passadas dos clientes e vender na plataforma. Para incentivar o consumidor a entregar as peças para a lojinha da Farm na Enjoei, a marca oferece até 25% do valor da roupa devolvida em créditos para a compra de novas peças na marca. Segundo o último relatório de sustentabilidade da Farm, em 2022 1800 peças antigas de clientes ganharam um novo destino por meio dessa parceria.

Outro exemplo é a Animale com seu projeto Animale Vintage, que convida clientes a doarem peças de coleções anteriores em pontos de coleta nas suas lojas. As consumidoras que doam roupas ganham desconto na compra de peças das novas coleções da marca. Já as roupas doadas são vendidas em um grande bazar promovido pela Animale, cujo valor é doado ao Núcleo de Corte e Costura do Instituto Dona de Si, que acelera talentos femininos, estimulando a inclusão social e a autonomia financeira das mulheres.

Rótulos e Etiquetas Inteligentes

Para atrair o consumidor conector, o boletim do Sebrae ainda destaca a tendência das etiquetas inteligentes. Esses rótulos expõem de forma clara e transparente dados de sustentabilidade e práticas corporativas, como: políticas de contratação de fornecedores, insumos e governança. 

Segundo o relatório, o “rastreamento dos produtos, desde a produção até a venda, tende a se consolidar com dados de origem, manuseio, armazenamento, validade, entre outros, e passarão a ser exigidos com mais intensidade pelos consumidores”.

Um exemplo de iniciativa nesse sentido é o da marca de roupa e bolsas, Catarina Mina. Ela foi uma das primeiras marcas a abrir seus custos, mostrando o preço que paga à sua cadeia de artesãs, além de incluir um QR code nas peças com o nome das artesãs que fizeram parte do processo.

Texto: Thaíne Belissa

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