O mês de setembro está quase no fim e, aos poucos, as empresas começam a recolher seus cartazes, folhetos e comunicações do Setembro Amarelo, campanha de prevenção ao suicídio e conscientização da saúde mental. É que outubro está logo ali e o amarelo precisa dar lugar ao rosa, pois inicia-se uma nova campanha.
Mas, antes que isso aconteça, é importante que os gestores pensem no “pós-Setembro Amarelo”. O que acontece depois da campanha? Como trazer o tema para o dia a dia da empresa? Como promover saúde mental de forma contínua no trabalho?
Há muitas formas de se fazer isso, mas há uma em especial que às vezes passa despercebida pela gestão, que é a promoção da diversidade.
Diversos estudos científicos mostram como a discriminação pode afetar a saúde metal dos grupos discriminados. por outro lado, não faltam pesquisas que mostram como a diversidade traz inovação e criatividade para os ambientes corporativos.
É exatamente esse o tema da cartilha produzida este ano pela Wellz, empresa do Gympass focada em saúde mental. A publicação “Acolher a diversidade para abraçar a vida” fez parte da campanha do Setembro Amarelo e foi distribuída entre empresas parceiras da marca. Também está disponível gratuitamente.
A cartilha traz os tristes números da OMS – 700 mil suicídios por ano – e lembra que “fatores indenitários como gênero, etnia, orientação sexual, etc, podem influenciar as motivações”.
No caso da discriminação racial, essa co-relação entre preconceito e saúde mental já foi reconhecida pelo próprio Ministério da Saúde, na Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Isso fica claro no trecho em que prevê o fortalecimento da atenção à saúde mental da população negra para “a prevenção dos agravos decorrentes dos efeitos da discriminação racial e exclusão social”.
Em sua cartilha, a Wellz lembra que “acolher a diversidade, criar um ambiente inclusivo e livre de preconceitos, colocar em prática políticas de inclusão, e oferecer ferramentas de cuidado emocional afasta as pessoas de contextos favoráveis ao suicídio”.
Veja 3 dicas trazidas pela publicação para garantir a promoção da saúde mental de forma contínua, investindo em diversidade:
Promova treinamentos sobre diversidade
A inclusão não passa apenas pela abertura das vagas às pessoas diversas, mas também pela permanência digna dessas pessoas no exercício de suas funções. Isso quer dizer que, a inclusão também depende das outras pessoas que vão se relacionar no trabalho. É muito importante que a empresa conscientize seus funcionários numa ideia de “letramento” e trazendo a concepção dos vieses inconscientes, que são preconceitos que induzem a decisões tendenciosas e comportamentos prejudiciais.
Crie um ambiente seguro e acolhedor
Crie oportunidades para que as pessoas manifestem suas opiniões e compartilhem ideias diferentes. Nesse exercício é importante o incentivo à escuta empática, ensinando a todos a capacidade de ouvir o outro com atenção e estarem abertos à realidade do outro.
Vá além do discurso: implemente políticas de diversidade
Trabalhar a cultura da inclusão passa, necessariamente, pela implementação de políticas efetivas que promovam a diversidade. É que se o discurso não ganhar materialidade, ele não contribui em nada. É preciso ter intencionalidade para definir passos claros, como por exemplo processos seletivos direcionados a grupos específicos. Ou, quem sabe, uma meta de representatividade em cargos de liderança.