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Como o impacto social está presente nos modelos de negócios, pesquisas acadêmicas e movimentos da sociedade civil organizada

Varejista de moda Chico Rei leva impacto social por meio da costura

17/07/2023

O cachorro caramelo, o café e o pão de queijo, as músicas do Bituca. Quem olha para as estampas das camisetas da Chico Rei reconhece logo a cara do Brasil em uma arte irreverente, bem-humorada e cheia de significados. Mas o olhar dessa varejista para o Brasil vai muito além das estampas, conforme explica o fundador e CEO da marca, Bruno Imbrizi. Com 15 anos de operação, a empresa mineira que tem vendas 100% online, enxerga um Brasil para além de suas portas e usa sua estrutura, influência e lucro para desenvolver diferentes trabalhos de impacto social.

“Nós escolhemos fazer isso por um motivo simples: a gente sai na esquina e tem gente morando na rua. É por isso que a gente faz esses trabalhos. Não dá pra falar de brasilidade e de liberdade como falamos no nosso produto, sem enxergar nossa realidade e os problemas sociais dela. Ignorar isso seria egoísmo e não faria sentido existir sem projetos de impacto social caminhando junto da operação”, afirma Bruno.

Um dos primeiros grandes projetos de responsabilidade social da Chico Rei foi a reforma de uma escola pública em Juiz de Fora, cidade onde fica a sede da empresa. A partir de recursos próprios e captados por meio das ações da marca, foram investidos mais de R$140 mil na reforma que beneficiou cerca de 800 alunos. A marca também teve uma atuação importante em 2020, durante o período da pandemia. A Chico Rei investiu R$ 345 mil na doação de máscaras de proteção e lançou camisetas especiais com vendas revertidas a instituições como a Central Única das Favelas (CUFA).

Bruno Imbrizi também destaca outras duas ações da Chico Rei, sendo uma delas o Empretecer, que é uma formação gratuita oferecida a líderes empreendedores negros em Juiz de Fora. A outra ação citada pelo CEO é o trabalho junto às pessoas que cumprem pena. Hoje, a marca tem células de produção de camisetas dentro da unidade prisional, onde ensina aos detentos o ofício de costura. Quando eles saem podem ser contratados pela empresa. Atualmente, cerca de 30 pessoas são beneficiadas por essa política. 

“São ações bem diversas mesmo: queremos ajudar na educação, mas também nas prisões, na saúde e na promoção da diversidade. A gente se entende como parte de uma comunidade que tem diferentes dores e, a cada hora, uma grita mais que a outra e a gente se envolve de corpo inteiro. Se a Chico Rei tem caixa e força pra fazer, então tem mais é que utilizar essa estrutura de poder para promover algo que vá além do lucro pra ela”, diz.

Para o CEO, embora haja um grande apelo hoje pela produção e o consumo consciente, ele acredita que ainda é preciso uma grande transformação cultural para que a escolha do consumidor esteja atrelada a essas práticas de impacto social, a ponto de gerar lucro para as empresas. “Preocupação com o impacto social é uma coisa, ação efetiva é outra. Então será que o consumidor realmente tem essa preocupação na prática? Na Chico Rei nós decidimos fazer essas ações independente do retorno financeiro e, muitas vezes é o contrário: nós tiramos do nosso caixa”, diz.

Texto: Thaíne Belissa

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