Construir um ambiente de trabalho com igualdade de oportunidades e de tratamento, independente da raça, etnia, gênero, orientação sexual ou deficiências físicas é, sem dúvidas, uma responsabilidade comunitária. Mas, embora cada pessoa tenha sua atuação individual, cabe às lideranças das organizações a tarefa de dar tangibilidade e intencionalidade a ações que vão garantir a inclusão dessas pessoas diversas, transformando discurso em prática.
É a partir desse princípio que a Deloitte apresenta seu artigo “Diversidade e inclusão – Transformação cultural e benefícios para os negócios e suas pessoas”, publicado em 2020. Em uma breve apresentação, o estudo faz uma diferenciação entre diversidade e inclusão, explicando que “enquanto a diversidade se concentra na composição da força de trabalho, a inclusão permite que a diversidade prospere”.
Segundo o artigo, construir um time diverso é apenas o começo, pois ainda é preciso criar um ambiente adequado para que todas as pessoas se sintam respeitadas e valorizadas, mas também livres para ser quem são. “Sem inclusão, os negócios não atingem todos os benefícios da diversidade de pensamentos e experiências”, afirma o estudo.
Como a liderança tem um papel fundamental para a promoção da inclusão no ambiente de trabalho, a Deloitte mapeou seis características que são essenciais para os líderes que desejam ser inclusivos. Confira:
- Conhecimento de vieses
De acordo com o estudo, os líderes inclusivos conhecem e reconhecem vieses, que são como “pontos cegos pessoais e organizacionais” e que funcionam como verdadeiras barreiras para a diversidade. A partir desse reconhecimento, os líderes conseguem se autorregular para diminuir o poder desses vieses em suas ações diárias e em suas decisões.
- Curiosidade
Líderes inclusivos normalmente também são curiosos, de acordo com o artigo. Eles são o que costumamos chamar de “mente aberta”, que nada mais é do que um apreço pelo conhecimento e pelo entendimento das coisas e do outro, para além de si mesmo. Trata-se de uma liderança que julga menos e tem mais tolerância à ambiguidade.
- Inteligência cultural
Justamente porque são mais abertos ao outro, eles também têm mais facilidade nas interações interculturais, segundo a Deloitte. Inclusive têm maior capacidade de identificar seus próprios vieses culturais em situações em que precisam fazer interpretações ou tomar decisões, por exemplo.
- Colaboração
Esses líderes nunca trabalham sozinhos e não gostam de privilegiar grupos específicos. Estão sempre preocupados em capacitar as pessoas do time e criar possibilidades para que as diferentes pessoas com seus pensamentos diversos sejam incluídos nos projetos.
- Comprometimento
Para esses líderes, a diversidade e a inclusão não são departamentos à parte. Elas fazem parte da estratégia do negócio porque são objetivos alinhados a seus valores pessoais. Justamente por isso, essa é uma liderança mais comprometida com as ações de diversidade e inclusão.
- Coragem
Por fim, líderes inclusivos são mais corajosos diante de situações em que precisam desafiar o status quo. Eles não temem o conflito e se posicionam para defender um ponto de vista. Por outro lado, são humildes quanto a seus pontos fortes e fracos.
Texto: Thaíne Belissa