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Doar nos torna mais felizes, afirma estudo de Harvard

08/09/2023

Que doar faz bem, todo mundo já sabe. Faz bem para quem recebe e para quem doa. Mas um estudo da Harvard Business School foi mais fundo no tema e mostrou porque o ato de doar aumenta a felicidade

A pesquisa realizada pela professora Ashley Whillans em parceria com pesquisadoras canadenses da Simon Fraser University, categorizou 3 circunstâncias que fizeram as pessoas sentirem um impulso de felicidade ao doar: o envolvimento direto no ato da caridade; a escolha do destino da doação e a percepção dos resultados diretos de sua contribuição.

A pesquisadora lembra que entender os efeitos do ato de doar sobre as pessoas pode ajudar as empresas a desenharem estratégias mais engajadoras, convidando seus funcionários a doarem e, consequentemente, serem mais felizes. 

O estudo foi publicado na Current Directions in Psychological Science e contou com 15 experiências guiadas. Nelas, os participantes ganhavam  uma pequena quantia inesperada de dinheiro que poderiam usar para comprar uma sacola de presentes. Em seguida, eles eram convidados a doar a sacola  a uma criança doente anônima em um hospital local. Eles também tinham a escolha de não fazer a doação.

Após a decisão dos participantes, as pesquisadoras fizeram perguntas para avaliar o humor de cada um deles. Como resultado, elas perceberam um aumento no humor das pessoas que doaram os presentes, em comparação àquelas que ficaram com eles. 

Os gatilhos da felicidade

Ao analisar essa melhoria no humor, elas chegaram à conclusão que três circunstâncias (ou gatilhos) que fizeram as pessoas sentirem um impulso de felicidade. A primeira delas é que “as pessoas se sentiram bem durante o ato de dar”

Outros estudos que convidam as pessoas a apenas se lembrarem do momento em que foram caridosas não têm resultados tão positivos, então as pesquisadoras entenderam que a proximidade e o envolvimento direto com o ato de doar faz diferença.

Nesse sentido, Ashley Whillans sugere às empresas que desejam impulsionar a caridade em seus funcionários adotar uma estratégia de envolvimento direto. Em vez de a organização fazer uma doação institucional e apenas avisar seu time, ela pode convidar as pessoas a fazerem parte ativa nesse processo.

O segundo gatilho identificado no estudo é que as “pessoas querem escolher ajudar os outros”. Ou seja, elas se sentem mais felizes quando têm controle sobre o destino de sua doação. Um bom aprendizado para as organizações é planejar campanhas que permitam a escolha entre algumas organizações a serem beneficiadas pela doação.

A terceira circunstância trazida pelas pesquisadoras é “as pessoas querem ver os resultados de sua doação”. Elas perceberam que a felicidade pela doação era maior quando os participantes percebiam o impacto que causaram.

A partir desse entendimento, os gestores podem convidar seus funcionários para ações de doações que sejam relevantes para eles. Por exemplo, em vez de doar a uma organização internacional ou a uma causa com um tema muito desconectado daquele grupo, pode-se propor a doação para uma comunidade local.

A pesquisa também mostrou um efeito interessante que foi chamado de “cascata de doação”. Em um artigo da própria Harvard Business School, Ashley Whillans explica esse conceito assim: “As emoções positivas podem reforçar ações positivas, então você estará mais preparado para buscar outras oportunidades semelhantes ao longo do tempo. Se doar fez você se sentir bem no passado, é mais provável que você doe novamente ou busque essas oportunidades no futuro”.

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