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ESG na cadeia de suprimentos: 4 dicas para uma gestão eficiente

11/08/2023

Gerir a cadeia de suprimentos nunca foi uma tarefa fácil e é consenso no mundo dos negócios que essa é uma área tão importante quanto crítica dentro das empresas. No cenário atual, quando as atenções do mundo corporativo estão voltadas para o ESG, essa gestão ganha um novo desafio, principalmente porque mais de 90% das emissões de gases do efeito estufa de uma organização, e 50% a 70% dos custos operacionais, são atribuíveis às cadeias de suprimento, segundo a Ernst & Young.

Os dados estão no relatório “Construindo a sustentabilidade da cadeia de suprimento que pode impulsionar a receita e reduzir os riscos operacionais”, lançado pela companhia no ano passado. A pesquisa contou com a participação de 525 grandes empresas em cinco países e mostrou que, embora muitos executivos tenham metas de sustentabilidade de longo prazo para suas cadeias de suprimento, poucos têm visibilidade, tecnologia e programas abrangentes para medir seu progresso. 

De acordo com o relatório, as principais dificuldades são: custos iniciais e a falta de um business case claro para apoiar as despesas. A pesquisa mostrou que, embora a visibilidade em toda a cadeia de suprimento seja a principal prioridade para os executivos responsáveis, apenas 37% viram aumentar essa visibilidade.

Outro dado interessante dessa pesquisa é que representantes de 33% das empresas afirmaram que precisam de um  argumento comercial para trazer mais sustentabilidade para as cadeias de suprimento. Além disso, metade dos entrevistados disse que suas empresas “estão lutando para medir o retorno das atividades da cadeia de suprimento sustentável”. 

Se, por um lado, os desafios ainda são grandes para trazer a gestão em ESG para a cadeia de suprimentos, por outro os ganhos para quem aposta nisso são bem conhecidos. Segundo o relatório da Ernst & Young, 54% dos entrevistados esperam que ações de sustentabilidade na cadeia de suprimentos gere, no longo prazo, um aumento no preço das ações ou outros indicadores de valor para os acionistas. 

“A boa gestão de uma cadeia de suprimentos não só reduz riscos, mas também garante aumento de eficiência, gerando retornos diretos para as organizações”, afirmam as especialistas em sustentabilidade, Cecília Michelis e Mayara Ribeiro no artigo “Gestão ESG na cadeia de suprimentos”, publicado no ebook “Essas mulheres sustentáveis”, lançado no ano passado.

Segundo elas, justamente porque já entenderam o potencial de uma cadeia de suprimentos sustentável, muitas empresas estão exigindo o bom desempenho em ESG de seus fornecedores diretos e solicitando que eles cobrem o mesmo de seus fornecedores, criando uma cascata de boas práticas.

“Isso é especialmente relevante, pois muitas vezes o impacto social e ambiental gerado por fornecedores e terceiros supera em muito o impacto gerado pelas próprias operações da empresa”, afirmam as especialistas no artigo.

Elas também trazem algumas dicas práticas sobre como implementar uma estratégia efetiva de sustentabilidade na cadeia de suprimentos. Veja:

1 – Defina critérios e requisitos ESG para exigir dos fornecedores

Segundo as especialistas, não é difícil encontrar referências desses critérios, sendo que o mais importante é que eles sejam claros, atingíveis e facilmente compreendidos pelos parceiros.

2 – Identifique os maiores riscos

Cecília Michelis e Mayara Ribeiro sugerem fazer uma análise dos riscos presentes na cadeia de suprimentos, sejam financeiros, sociais ou ambientais. Em seguida, identificar aqueles mais críticos, a fim de que esses recebam uma atenção mais urgente. “É importante garantir uma maior intensidade de relacionamento com fornecedores de maior risco”, afirmam.

3- Monitoramento dos fornecedores

Só exigir o bom desempenho em ESG da cadeia de suprimentos não é suficiente, segundo as especialistas. Para que o discurso se torne prática é preciso monitorar e, para isso, é importante definir procedimentos para avaliar periodicamente o desempenho dos fornecedores, assim como medidas mitigadoras e planos de ações corretivas no caso das não-conformidades identificadas.

4 – Desenvolvimento de fornecedores:

Cecília Michelis e Mayara Ribeiro também destacam a importância do treinamento da cadeia de suprimentos no tema da sustentabilidade. Para isso, elas sugerem o uso de tecnologias on-line para atingir um maior número de parceiros.

 

Texto: Thaíne Belissa

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