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Como o impacto social está presente nos modelos de negócios, pesquisas acadêmicas e movimentos da sociedade civil organizada

Entrevista: “Queremos impactar mulheres além do Outubro Rosa”, afirma diretora de RH da Marisa

18/10/2023

“De mulher, para mulher”. 

Se você ficou com vontade de cantar essa frase e completar com “Marisa” é sinal que o jingle da marca foi uma boa jogada de marketing. Mas, muito mais que publicidade, a marca que se vende como um varejo, sobretudo para mulheres, também leva muito a sério esse posicionamento quando o assunto é impacto social.

Com 75 anos de conhecimento do público feminino, a varejista conhece as dores da sua cliente para além dos dilemas de consumo. E se propõe ser uma marca que acolhe a mulher não apenas na oferta de produtos, mas também na promoção de bem-estar, geração de renda, capacitação e disseminação de temas relevantes como prevenção à violência e ao Câncer de Mama.

Para falar mais sobre essas ações e a campanha da marca no Outubro Rosa, o VAREJO COM CAUSA convidou a Diretora de RH e Sustentabilidade nas Lojas Marisa, Marilia Oliveira. Confira a entrevista:

 

A Marisa está promovendo uma série de ações do Outubro Rosa. Como a marca pode fazer a diferença ao falar sobre esse tema?

A Marisa tem esse posicionamento de mulher pra mulher, então colocamos o bem estar da mulher como objeto das nossas causas sociais. No mês de outubro a gente faz várias ações, tanto para o público interno, quanto para o externo. Entendemos que as marcas promovem a reflexão da sociedade sobre causas e dão oportunidades para que haja desenvolvimento social. Mas, a gente acredita que nossa ação tem que ir além do Outubro Rosa, fazendo uma leitura das necessidades dessa mulher que está se empoderando e já conquistou seu espaço, mas que ainda sofre discriminação e violência. 

E essas vulnerabilidades acometem as mulheres inclusive no contexto do câncer, né?

No caso do câncer de mama, por exemplo, sabemos que muitas são abandonadas por seus parceiros, que muitas têm receio de como a doença pode impactar sua condição de sustentar a família, então essas causas nos mobilizam. E acreditamos, sim, que através das ações que desenvolvemos, podemos ampliar a consciência dessa mulher e, no caso dessa doença que tem todo um estigma de vulnerabilidade, fazê-la compreender que existem histórias maravilhosas de caminhos de cura e prevenção. 

Você pode explicar mais sobre a campanha Laços pro Recomeço? 

O objetivo dessa campanha é promover a conscientização e o apoio às mulheres que enfrentam a jornada do câncer de mama. A ideia do nome Laços para o Recomeço  mostra que o diagnóstico não define o futuro, mas sim a força, a determinação e o apoio de todos. Esse ano fizemos uma parceria com a rede Dr. Consulta para a realização de uma roda de conversa com profissionais de saúde, influenciadores e distribuição de cartilhas. Vamos convidar 80 clientes para participarem dessa roda de conversa e elas também vão receber consultas ginecológicas gratuitas no Dr Consulta.

Além disso, parte das vendas de 13 a 31 de outubro serão revertidas para o Instituto Protea, que também receberá 1.000 sutiãs do recomeço. Esse sutiã é uma criação da Marisa e surgiu há cinco anos, quando recebemos uma carta de uma cliente que tinha feito mastectomia por conta de um câncer de mama e aguardava o tempo para colocar a prótese. Ela contou sobre seu desconforto na hora de se vestir e isso nos levou a criar o sutiã do recomeço, que a gente vende nas nossas lojas e também doamos.

Vocês lançaram, junto à MOL Impacto, o livro Palavras De Poder, cujas vendas também vão beneficiar as mulheres na luta contra o câncer. Como essa ação do produto social é fomentada na empresa?

Tudo começa dentro de casa. Quando a gente lança um livro como esse, a gente cria nos colaboradores a consciência de que eles são promotores da causa. Dessa forma, o operador do caixa oferece o livro não por obrigação, mas porque entende o compromisso. A gente acompanha semanalmente nas lojas a quantidade de livros comprados e até fazemos competição interna e os funcionários ficam muito felizes em contribuir. 

Ter essa parceria com a MOL é um viabilizador de impacto social: estamos usando nossas 245 lojas para promover essa causa. Mas, a gente acredita que as ações só têm impacto na medida em que elas também são vividas internamente. Para fazer ação de marketing ou de sustentabilidade, primeiro a gente tem que olhar pra dentro de casa e entender que impacto podemos ter com as ações entre os colaboradores. E, a partir daí, eles se tornam agentes dessa transformação.

Para além do Outubro Rosa, a marca tem outras ações de impacto social com esse recorte do público feminino?

Sim, a mulher ocupa um lugar extremamente relevante nos nossos programas. Temos  o Programa de Trainee, que em 2022 foi exclusivo para pessoas que se identificam como mulheres. Também temos o Marisa Acolhe, que dá condições de confidencialidade para que as colaboradoras em situação de violência estejam protegidas. Outro projeto que participamos são as oficinas de upcycling do Instituto Baccarelli. Nós oferecemos peças de roupas que são recicladas e customizadas por mulheres em situação de vulnerabilidade. Também começamos um projeto com o Sebrae de Encadeamento Produtivo que visa o desenvolvimento e capacitação em gestão de pequenas empresárias.

Como o varejo pode transformar o mundo?

O varejo promove muita oportunidade por meio do trabalho para todas as idades. As pessoas entram como atendentes de lojas e elas podem ter a carreira acelerada e a vida transformada. Então, o varejo muda o mundo promovendo o desenvolvimento através do trabalho. Mas também na medida que é promotor de programas de inserção na comunidade, que atendam às necessidades da sociedade. Nós recebemos diversos clientes todos os dias e, no caso da Marisa, mulheres em especial. Quando realizamos ações que ajudam a elevar a consciência dessa mulher, que falam sobre empoderamento, despadronização da beleza, nós mudamos o mundo, trazendo autoestima e bem-estar para essas mulheres. Se você olhar nossas redes sociais vai ver mulheres de todas as formas, então a gente muda o mundo quando trazemos essa mulher diversa.

 

Texto: Thaíne Belissa

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