Quem circula pelos corredores da rede de supermercados Verdemar e interage com os funcionários talvez nem saiba, mas por trás dos uniformes há quem esteja vivendo um momento de transformação de vida. É que muitos dos funcionários da rede são contratados por meio de programas de inclusão, que selecionam pessoas que vivem algum tipo de exclusão, seja por conta da idade, da nacionalidade ou de limitações físicas.
Segundo o superintendente de Recursos Humanos do Verdemar, Leandro Souza de Pinto, o programa “Inclusão como Valor” tem o objetivo de oferecer oportunidade de trabalho a pessoas diversas, o que inclui seleção, capacitação e oferta de condições adequadas para o exercício da função e qualidade de vida no emprego.
“São diferentes projetos voltados para vários públicos: desde quem está começando com o primeiro emprego até a outra ponta, que são as pessoas da terceira idade”, afirma. Além disso, a rede é a segunda do Brasil e a primeira de Minas Gerais a desenvolver um programa de inclusão de pessoas com transtornos mentais e psiquiátricos.
Segundo Leandro, a empresa capacita a liderança para acolher esses funcionários, desmistificando a ideia de “loucura”. Também convida os demais colaboradores a fazerem parte desse movimento, inclusive selecionando entre eles padrinhos para acompanhar cada novo contratado.
“Hoje temos cerca de 80 funcionários com transtornos mentais e eles estão brilhando. Muitos transformaram suas vidas, se casaram, fizeram faculdade. Acredito que, na medida que damos oportunidade, essas pessoas vão se auto reconhecendo, se sentem pertencendo e assim a gente vai mudando essa realidade de exclusão”, afirma.
Outro projeto da rede é o “Verdemar sem Fronteiras”, que dá oportunidade de trabalho a imigrantes de países como Venezuela e Haiti e que enfrentam dificuldade de se estabelecer no país. Para receber esses funcionários, a rede faz uma série de adaptações, como a refeição e a comunicação, a fim de que a inclusão aconteça com respeito e cuidado.
Ação gera valor
Atualmente são mais de 900 funcionários incluídos por meio dos programas do Verdemar. Leandro acredita que isso também gera valor para a marca, na medida que os clientes se sentem conectados à causa. “Fazemos porque acreditamos na inclusão e o valor é consequência. Os funcionários da terceira idade, inclusive, são o xodó dos clientes porque eles têm aquele atendimento mais cuidadoso e atento”, afirma.
Para o superintendente, o varejo tem um grande potencial para a inclusão no trabalho, justamente por ser um espaço de aprendizado para todos que entram. “Existe um mito de que pessoas com algum tipo de limitação vão ter mais dificuldade no trabalho, mas o varejo é uma grande escola. Todos nós temos limitações, a diferença é que as limitações deles são anunciadas, mas isso não impede o trabalho. Todos os que entram para o varejo aprendem e recebem uma grande oportunidade de mudança de vida”, diz.